Ferroeste/Desenvolvimento
quarta, 29 de junho de 2022
LIDERANÇAS EMPRESARIAIS E POLÍTICAS SE REÚNEM EM PINHALZINHO PARA APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE VIABILIDADE DO RAMAL DA FERROESTE
Ascoagrin marcou presença no evento e o estudo técnico apontou a viabilidade do empreendimento
Fonte: Luiz Carlos Gnoatto / Ascom Ascoagrim
A Associação Empresarial de Pinhalzinho – ACIP recebeu, na noite desta terça-feira, 28 de junho, empresários, lideranças políticas e empresarias, e diretores de Associações Empresariais do Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná, para a apresentação oficial do Estudo de Viabilidade Técnica - EVTE sobre a Nova Ferroeste, que incluiu o ramal de Cascavel-PR a Chapecó-SC.
A Associação Empresarial da Fronteira – Ascoagrin, marcou presença no evento, com o diretor, Marcos Voltolini, e o Assessor de Comunicação, Luiz Carlos Gnoatto.
A apresentação foi feita pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina - FACISC e pela empresa de engenharia TPF, que fez o estudo técnico.
A realização do estudo foi contratada, de forma conjunta, em janeiro deste ano, pela FACISC, Associação Comercial e Industrial de Chapecó – ACIC, Federação da Indústrias de Santa Catarina – FIESC, Sindicarnes, ABPA, CEC, OCESC e FAESC.
Mais de R$ 100 mil foram investidos pelas Associações Empresariais do Oeste, Extremo Oeste e Noroeste de Santa Catarina, e mais R$ 650 mil por outras entidades parceiras para viabilizar o estudo.
A Ascoagrin, apoiou e ajudou a patrocinar o estudo de viabilidade, contribuindo com R$ 3 mil, juntamente com as Associações Empresariais das três regiões.
A Ferroeste é de suma importância para a região e para todo o estado e foi reforçada pela visão nacional, através do vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais e empresariais do Brasil – CACB e ex-presidente da FCISC, Ernesto Reck, que esteve no evento, e endossada pelos presidentes das Associações Empresariais da região e prefeitos participantes do evento.
NOVA FERROESTE
A Nova Ferroeste é o projeto do Governo do Paraná, de uma ferrovia interestadual, que visa a ampliação da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A, trecho de pouco mais de 200 quilômetros, em operação entre Guarapuava e Cascavel.
O novo traçado, com 1.567 quilômetros, vai ligar os municípios de Maracaju-MS e Paranaguá-PR, além de criar um ramal entre Foz do Iguaçu e Cascavel e entre Chapecó e Cascavel.
Quando a ferrovia estiver concluída, este será o segundo maior corredor de grãos e contêineres do País.
O Governo do Paraná vai levar o projeto a leilão no segundo semestre de 2022.
A expectativa é que a obra, após seguidos todos os passos e cumpridos os prazos, fique pronta de oito a dez anos.
Ao todo, o traçado do projeto passa por 66 municípios: 51 no Paraná, oito no Mato Grosso do Sul e sete em Santa Catarina.
Serão mais de 9 milhões dede pessoas impactadas.
A Nova Ferroeste vai unir, por trilhos, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, três dos principais polos exportadores do agronegócio brasileiro, e se transformar no segundo maior corredor de transporte de grãos e contêineres do País, perdendo em capacidade apenas para a malha paulista.
A ferrovia será verde e sustentável.
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental - EVTEA prevê o investimento de R$ 35,8 bilhões para a construção e compra de material rodante para os 1.567 quilômetros de trilhos que vão ligar Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
BENEFÍCIOS DA FERROESTE – RAMAL CHAPECÓ CASCAVEL
Redução do custo logístico, Redução de congestionamentos, Redução das emissões Well-To-Tank, Redução de ruídos, Redução de acidentes, Redução das emissões de poluentes, Redução nos custos de transporte, Geração de emprego e renda, Arrecadação Tributária, Valorização Imobiliária, Certificação em Climate Bonds.
Para cumprir com os padrões para certificação do projeto para acesso à títulos ligados ao clima (Climate Bonds), o projeto deve apresentar taxas de emissão de CO2 abaixo das metas apresentadas no gráfico.
O Ramal Cascavel – Chapecó atende a esses requisitos, tornando-se uma infraestrutura com selo verde.
PRONUNCIAMENTOS
Elson Otto, 1º vice-presidente da FACISC, afirmou que o dia é histórico para o Grande Oeste catarinense e para o Sudoeste do Paraná, e a união dos setores empresarial, produtivo e público, torna capaz as realizações em prol de todos os segmentos.
Ele destacou que o resultado atende as expectativas do setor empresarial e comprova que vale a pena sim investir na construção do ramal de Cascavel a Chapecó, pois o empreendimento é viável e preponderante para a economia regional.
“Quando a classe empresarial se une com a comunidade, somos capazes de realizar o que precisamos para suprir as nossas necessidades. Temos que nos aproximar e trabalharmos juntos com o poder público para atender todos os anseios”, afirmou Elson.
Thiago Dantas, engenheiro e coordenador de Engenharia do EVTE, lembrou que com o marco das ferrovias agora é possível que uma empresa privada seja contratada para realizar um estudo de viabilidade como foi realizado com o ramal da Nova Ferroeste entre Cascavel e Chapecó.
Ele ressaltou que o estudo mostrou que é possível fazer um projeto adequado à exigência para emissão de títulos verdes, construção de terminais ferroviários em Cascavel e Chapecó, utilização e bitolas largas (1,6m) nos 263 quilômetros de extensão da ferrovia.
Eduardo Scalia, diretor de Gestão Financeira da TPF, afirmou que o primeiro passo foi dado, que foi o estudo que comprova a importância da inclusão do ramal no projeto da Ferroeste.
“A iniciativa privada tem papel fundamental e a concessionária atenderá primeiro as regiões que já estarão com esta parte burocrática pronta. São seis trechos e o projeto do trecho do grande Oeste catarinense já está pronto”, destacou Scalia.
Os próximos passos agora são a consulta pública, o leilão e depois a execução do trecho.
A expectativa é que a obra, após seguidos todos os passos e cumpridos prazos, fique pronta de oito a dez anos.
O grande potencial deste estudo é possibilitar a importação dos insumos para o Oeste Catarinense com redução de custos.
Segundo o estudo, aves, suínos, peixes, soja, milho e farelo de soja são os principais produtos. As carnes na exportação e os grãos na importação.
Outro benefício apontado pelo estudo é o custo de frete considerando o trecho isolado traz uma economia de cerca de 10%.
Se considerar o trecho todo a economia pode chegar a 25%.
“Quanto maior o trecho maior a economia quando se trata de trecho ferroviário”, explica o engenheiro.
O diretor da Ascoagrin, Marcos Voltolini, destacou que o estudo de viabilidade levou em conta 13 fatores principais, como relevo, questões ambientais e áreas indígenas, e foi feito em tempo recorde, para dar tempo do governo do Paraná juntar ao projeto o ramal até Chapecó.
Voltolini explicou que o governo do Paraná já lançou o edital de consulta pública e após três meses, o projeto será lançado na Bolsa de Valores de São Paulo, para o leilão da obra.
“A empresa que vencer a licitação escolherá qual traçado dará preferência, se iniciará todos de uma vez ou se iniciará por esse ou aquele traçado”.
Marcos destacou a importância do ramal a Chapecó, uma vez que o Oeste catarinense é grande produtor e exportador de proteína animal, no setor de carnes, principalmente aves e suínos, e sofre com a deficiência de insumos para rações, especialmente o milho.
Santa Catarina necessita de sete milhões de toneladas de milho por ano e só consegue produzir três milhões de toneladas, tendo um déficit de quatro milhões de toneladas.
Grande parte desse déficit vem por caminhões, do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e uma pequena parte do Paraguai.
Esse volume é estimado em uma necessidade de 170 mil carretas para o transporte.
“Com o ramal ferroviário, se abre um grande leque de cargas, porque além dos vagões a granel, para trazer o milho e outros cereais, como soja e farelo de soja, poderá também transportar conteiners, utilizados na exportação da produção das agroindústrias da região.
O diretor da Ascoagrin destacou que esse ramal é um sonho de infraestrutura, tanto para o Oeste catarinense, quanto para o Sudoeste do Paraná, e trará muitos benefícios diretos em vários aspectos, entre eles o barateamento dos fretes e do custo das mercadorias além de viabilizar novos investimentos.
Outro fator importantíssimo é que a partir desse ramal poderão ser criados novos traçados e pequenas linhas.
“Por exemplo, pelo estudo, o traçado deverá passa em Campo Erê, e Dionísio Cerqueira, que tem um Porto Seco, poderia ter um ramal, ligando até Campo Erê, para escoar as importações e exportações. Dá mesma forma, os setores madeireiro, moveleiro, metais e todos os demais poderão ser comtemplados”.
Marcos Voltolini concluiu afirmando que a ferrovia é sinônimo de redução de custos com frete, principalmente cargas de longo percurso.
“Todos os setores produtivos do Oeste de Santa Catarina e Sudoeste do Paraná crescerão com a implantação dessas ferrovias. E esse é o futuro. O Brasil precisa implementar as ferrovias, para baratear custos e se tornar mais competitivo”.
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