Finanças
segunda, 14 de junho de 2021
COMO SABER SE SUA EMPRESA ESTÁ FINANCEIRAMENTE SAUDÁVEL
Uma pesquisa recente da Economática, mostra que o endividamento de empresas abertas dobrou nos últimos dez anos. De acordo com pesquisa, proteger a saúde financeira da organização é um desafio para 45% das empresas brasileiras
Fonte: contadores.cnt – Foto: Imagem Ilustrativa
Uma pesquisa recente da Economática, mostra que o endividamento de empresas abertas dobrou nos últimos dez anos.
De dezembro de 2011 a março de 2021, o valor total dos endividados passou de R$ 486 bilhões para R$ 1,213 trilhão.
Com a economia em marcha ré, o empresário brasileiro vive em meio a turbulências.
“Além dos desafios comuns de empreender no Brasil, como a recorrente criação de novos impostos e variação cambial, a pandemia está sendo um desafio à parte, totalmente inesperado”, comenta Manoel Victor, especialista em gestão e consultoria financeira, da M.Victor Consultoria.
Para evitar problemas e manter a saúde financeira da empresa, é importante que o empreendedor fique atento a alguns indicadores que podem ajudá-lo a tomar decisões estratégicas, identificar, prevenir e solucionar problemas que podem causar possíveis prejuízos.
O ESPECIALISTA LISTA OS CINCO PRINCIPAIS INDICADORES FINANCEIROS QUE O EMPREENDEDOR DEVE ACOMPANHAR:
MARGEM DE CONTRIBUIÇ
É a quantia que sobra da receita obtida da venda de um produto, serviço ou mercadoria após retirar o valor dos custos e despesas variáveis.
Não é suficiente apenas olhar para a coluna de “receita” da planilha e dali subtrair os gastos gerais para obter o lucro. A conta é um pouco mais complexa: é preciso gerar o IMC – Ìndice de Margem de Contribuição. E isso é feito encontrando o valor dos custos e despesas variáveis, como o que é gasto com fornecedores, matéria-prima, pessoal de produção, entre outros.
RESULTADO OPERACIONAL
É o lucro obtido depois de deduzir a receita líquida de vendas, o custo de mercadoria vendida, despesas de pessoal, despesas administrativas, financeiras e outras despesas operacionais.
É esse índice que vai realmente mostrar qual a real situação da empresa, pois representa apenas o lucro gerado pelas operações da empresa, desconsiderando juros e impostos.
“Um resultado operacional positivo significa que a operação está saudável, uma vez que ele representa o quanto de dinheiro entra na sua empresa por conta dessas operações”, explica Manoel Victor.
FLUXO DE CAIXA LIVRE
É o saldo de caixa que está livre em um negócio, ou seja, o dinheiro livre depois de realizado todos os pagamentos obrigatórios para o funcionamento da empresa.
“É um indicador fundamental para saber se é possível investir em novos produtos ou serviços, pagamento de dividendos, se a empresa tem acionistas e até mesmo reduzir dívidas ativas. O FCL é o total de dinheiro disponível na empresa, porém não leva em consideração o potencial de crescimento do negócio, por isso esse medidor é usado para ter base da saúde da empresa e não para transações externas ou avaliação de negócios”, adiciona.
Custo dos produtos vendidos
É um cálculo usado para mensurar as despesas diretamente associadas ao processo de produção e/ou distribuição do produto.
Esse mostrador é fundamental para que a empresa possa fazer a precificação de um produto ou serviço, ou até mesmo para avaliar estratégias de venda, alteração de fornecedores e aperfeiçoamento das vendas.
O cálculo é feito somando o valor do estoque inicial (EI) ao valor de compras (C) e ainda subtraindo o valor do estoque final (EF).
Assim, além do faturamento total da empresa, ou saber o rendimento após o pagamento de tributos e outras despesas, o valor investido em compras de materiais também é um indicador importante para verificar se o barco está conseguindo se manter navegando bem.
ENDIVIDAMENTO
“O endividamento financeiro em uma empresa significa a relação entre os ativos totais da organização e o somatório do valor das parcelas de compras ou de crédito a vencer” afirma o especialista.
Esse cenário pode ser real caso haja a ocorrência de algumas situações e as mais comuns são: FALTA DE PLANEJAMENTO: quando a empresa falha em analisar dados e parâmetros que deveriam estar disponíveis na DRE;
FALTA DE VENDAS: que vai afetar o capital de giro da empresa, causando um problema de prazo médio de recebimento maior que o prazo médio de pagamento;
DEPENDÊNCIA DE CAPITAL DE TERCEIROS: que pode ser um resultado das situações anteriores, o que leva a empresa a contrair dívidas para pagar outras dívidas. Apesar de a palavra “dívida” já trazer a ideia de algo negativo, ela pode ser “boa” quando é contraída de forma planejada e estruturada, com a finalidade de investir em ativos que vão servir para alavancar o crescimento ou faturamento da empresa, ou reduzir custos da mesma.
De acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), proteger a saúde financeira da organização é um desafio para 45% das empresas brasileiras. Flexibilizar e adaptar-se para adotar estratégias extremamente ágeis é uma adversidade também para 45%.
Para o consultor da M.Victor, mais do que ter em mãos os indicadores, é fundamental que o empreendedor conte com apoio profissional para a tomada de decisão, utilizando os dados em ações estratégicas no negócio.
“Só assim é possível manter a empresa financeiramente saudável, escolher o melhor caminho a seguir e também crescer apesar das adversidades que o mercado possa apresentar”, finaliza.
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