Riquezas
terça, 07 de dezembro de 2021
CONCENTRAÇÃO GLOBAL: 1% DOS MAIS RICOS DETÉM 38% DE TODA A RIQUEZA PRODUZIDA NO MUNDO NOS ÚLTIMOS 26 ANOS
Conheça o seleto grupo dos que têm fortuna de mais de US$ 100 bilhões. Hoje, 520 mil bilionários, que fazem parte do 0,01% mais rico, concentram 11%. já a parcela de riqueza capturada pelos 10% do topo é sempre superior ou próxima aos 70%
Fonte O Globo Economia – Infográfico O Globo
A pandemia da Covid-19 serviu para intensificar um fenômeno que ocorre há décadas: a concentração de riqueza no mundo.
Desde 1995, o 1% mais rico capturou 38% da riqueza global produzida no período, enquanto o os 50% mais pobres ficaram com apenas 2% desse montante.
Hoje, um seleto grupo de 520 mil bilionários, que fazem parte do 0,01% mais rico, detém 11% da riqueza global. Esse número correspondia a 7% em 1995.
Já a parcela de riqueza capturada pelos 10% do topo é sempre superior ou próxima aos 70%.
É o que mostra o último relatório “Desigualdade Mundial”, divulgado nesta terça-feira , 7 de dezembro, e produzido pelo laboratório de mesmo nome, que tem o francês Thomas Pikkety (autor do best-seller "O capitalismo no século XXI") como um dos seus coordenadores.
Os números do relatório são calculados com base na paridade do poder de compra.
É nada mais que uma métrica que compara as moedas de diferentes países por meio de um índice que mensura o poder de compra.
BILIONÁRIOS GANHARAM US$ 3,7 B TRI SÓ EM 2020
O cálculo considera a quantidade de recursos necessários para adquirir um conjunto de bens e serviços em um país, que pode ser comparada com a de outros.
O principal autor do relatório e coeditor do laboratório, Lucas Chancel, destaca que a riqueza dos bilionários globais cresceu US$ 3,7 trilhões em 2020, quantia próxima ao montante de gasto público global com saúde no mesmo período, que foi de US$ 4 trilhões.
CONHEÇA O SELETO GRUPO DOS QUE TÊM FORTUNA DE US$ 100 BI
1º lugar: Dono da Tesla e da Space X, Elon Musk acumula atualmente uma fortuna de US$ 222,1 bilhões, ocupando o primeiro lugar do ranking de centibilionários da Bloomberg.
2º lugar: Fortuna do fundador da Amazon, Jeff Bezos, bate US$ 190,8 bilhões.
3º lugar: Com uma fortuna de US$ 155, 6 bilhões, Bernard Arnault, presidente e diretor executivo da LVMH, a maior empresa de artigos de luxo do mundo, dona das marcas Louis Vuitton, Dior e Givenchy, entre outras, ocupa a terceira posição do ranking de centibilionários. 4º lugar: Bill Gates, fundador da Microsoft, tem atualmente uma fortuna avaliada em US$ 127,9.
5º lugar: Larry Page, do Google, soma uma fortuna de US$ 124,5.
6º lugar: A fortuna do CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, chega a US$ 123 bilhões.
7º lugar: Sergey Brin, cofundador do Google, acumula um patrimônio de US$ 120,1 bilhão.
8º lugar: O fundador da Oracle, Larry Ellison, entrou para o clube ao bater uma fortuna de US$ 108,3 bilhões.
9º lugar: Steve Ballmer, o ex-CEO da Microsoft, é o mais novo integrantes do grupo de centibilionários, com um patrimônio líquido de mais de US$ 105,7 bilhões.
10º lugar: O megainvestidor americano Warren Buffett soma uma fortuna de US$ 103,4 bilhões.
11º lugar: Ao atingir um patrimônio de US$ 100,6 bilhões, o magnata indiano Mukesh Ambani acaba de entrar para o clube de centibilionários.
“Essa polarização no mundo não é algo novo. O que aconteceu durante a crise da Covid-19 é a exacerbação desse padrão que observamos desde o início dos anos 90. Há variações entre as regiões do mundo. Mas a parte mais pobre, um lado significativo da população em cada região, sistematicamente tem menos de 5% da riqueza”, destaca Chancel.
MAS O QUE PODE SER DEFINIDO COMO RIQUEZA?
Por riqueza, entende-se um recurso econômico que foi acumulado ao longo do tempo.
Ela surge tanto da acumulação de capital, que pode estar na forma de imóveis, ações e dinheiro, quanto dos efeitos do preço, isto é a valorização ou desvalorização, desses ativos.
E uma vez que a riqueza é uma fonte importante de ganhos econômicos futuros, além de poder e influência, a atual realidade é um presságio de aumento na desigualdade futura se nada for feito.
NA AMÉRICA LATINA, 10% FICA COM 77% DA RIQUEZA
E essa desigualdade está presente em todos os continentes.
A parcela de riqueza capturada pelos 10% do topo é sempre superior ou próxima aos 70%.
América Latina está entre as três regiões com maior discrepância em relação à renda.
Os 10% do topo da pirâmide detêm 77% da riqueza total das famílias, muito superior a 1% capturado pelos 50% da base.
A riqueza média dos 10% mais ricos é 630 vezes superior a dos 50% mais pobres.
No Brasil, a renda média dos 10% no topo é 29 vezes maior que a dos 50% na base da pirâmide.
A comparação fica ainda mais clara quando se divide a riqueza média dos 10% do topo pela riqueza média dos 50% da base.
PROJEÇÕES
Os autores do estudo projetam que, em caso de manutenção das taxas de desigualdade de riqueza vistas nas últimas décadas, no ano de 2070, o 0,1% mais rico irá capturar mais de um quarto da riqueza global e, no final do século, essa parcela será maior do que os 40%.
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