Aduana

terça, 03 de abril de 2018

“A ADUANA É NOSSA” LEVA CENTENAS DE PESSOAS ÀS RUAS EM DEFESA DA ADUANA

Mobilização foi uma das maiores da fronteira e exigiu um basta na morosidade da Aduana

 

Fotos e texto: Luiz Carlos Gnoatto

O dia 2 de abril de 2018 entra para a história da tri fronteira, por realizar uma de suas maiores mobilizações da população em torno de uma grande questão trifronteiriça: a falta de agilidade na liberação de cargas pela Aduana de Dionísio Cerqueira e a constante queda no movimento, provocando impactos profundos na geração de empregos e movimento econômico em Barracão, Dionísio Cerqueira, Bernardo de Irigoyen e em toda a região.
Além disso, a perda de movimento na Aduana local, para aduanas do Paraná e do Rio Grande do Sul, também gera perda de receitas e tributos para os municípios da região e para o estado de Santa Catarina.
Cansados de promessas e de reuniões, empresários do comércio exterior, motoristas, lideranças, executivos e legislativos de Barracão, Dionísio Cerqueira e Bom Jesus do Sul, a Associação Comercial e Empresarial – Ascoagrin e o Consórcio Intermunicipal da Fronteira - CIF organizaram o movimento “ Aduana é Nossa”, que uniu a tri fronteira em torno dessa causa.
As atividades do movimento aconteceram nos dias 2 e 3 de abril.

No dia 2, das 8 horas às 12 horas, teve concentração no acesso à Aduana, próximo à Balança do Pio; às 13 horas, recepção do Movimento A Aduana É Nossa, também próximo à Balança do Pio; às 14 horas, pronunciamento de lideranças; às 15 horas, caminhada até à Aduana, às 16 horas, carreata pelas cidades gêmeas.
O comércio e agências bancárias e de cooperativas de crédito das cidades gêmeas fecharam as portas das 14 às 15 horas, em apoio ao movimento.
Participara do ato, os executivos municipais, Thyago Gnoatto Gonçalves e Bianca Maran Bertamoni, de Dionísio Cerqueira; Marco Aurélio Zandoná e Erondi Faé, de Barracão; Cezar Bueno e Paulo Deola, de Bom Jesus do Sul; o intendente de Bernardo de Irigoyen, Guilhermo Fernandes; os presidentes dos legislativos municipais, Olacir Brasil, de Dionísio Cerqueira, e Hélio Surdi, de Bom Jesus do Sul; vereadores dos três municípios; os deputados, Marcos Vieira, Dirceu Dresch, Altair Silva e Mauro de Nadal (estaduais) e Celso Maldaner (federal); o presidente da Ascoagrin, Marcos Voltolini; o representante dos motoristas e um dos organizadores do movimento, Laudir Granoski; e vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC, para o Programa Empreender, Alan Krewtz; coordenador do Núcleo de Empresários do Comércio Exterior da Fronteira – NECEF, Uilson Francosi; gerente de Agricultura da Agência de Desenvolvimento Regional – ADR de Chapecó, Mauro Zandavalli; empresários, comerciantes, funcionários das empresas, lideranças e pessoas de todos os segmentos da sociedade.

Segundo os organizadores, foi um momento histórico para a tri fronteira, a maior mobilização, envolvendo todos os segmentos da sociedade, sem conotação politica partidária, todos irmanados e unidos em uma grande causa da tri fronteira.
A carreata, pelas ruas das cidades gêmeas, foi a maior já realizada, com mais de mil veículos envolvidos.

Marcos Voltolini afirmou que o movimento representa todos os setores da população da tri fronteira, que cansou de ouvir promessas e está unida em torno da luta por soluções. “A sustentabilidade da nossa Aduana é a sustentabilidade do nosso comércio e do nosso movimento econômico”.
Olacir Brasil, em nome dos legislativos, afirmou que não tem como as Câmaras ficarem de fora dessa mobilização “e todos estão protestando contra o desserviço que vem sendo prestado na Aduana”.
Laudir Granoski, um dos coordenadores e em nome dos motoristas, afirmou que nunca se viu uma força tão grande na tri fronteira, lutando por uma causa. “Temos a Aduana mais moderna, mas que presta o pior serviço”.
Rogério Benini, em nome dos empresários, destacou a insatisfação dos empresários, que em função da demora nas liberações na Aduna de Dionísio Cerqueira, estão passando suas cargas por outras aduanas, “inclusive os empresários da tri fronteira”.
Os deputados Altair Silva, Dirceu Dresch e Marcos Vieira, destacaram que a situação não pode continuar desta forma e emprenharam a parceria da Assembleia Legislativa à causa. “A Aduna precisa funcionar. Os servidores reclamar dos salários, mas estão entre os salários mais altos da população brasileira e têm um sistema de aposentadoria diferenciado. Essa situação na Aduana de Dionísio Cerqueira não é mais admissível”.
Mauro Zandavalli afirmou que a luta de Dionísio Cerqueira é também luta do Oeste, que precisa do milho para a sustentabilidade e crescimento das agroindústrias. “A Aduana precisa funcionar. O Oeste também precisa dessa Aduana e sem ela a rota do milho não acontece”.
Paulo Deola enfatizou a importância da Aduana, que é fundamental para o desenvolvimento dos municípios da região. “A Aduna precisa funcionar como foi planejada”.
Marco Aurélio Zandoná afirmou que o movimento é de toda a tri fronteira e região e não é contra ninguém e nenhuma instituição ou órgão. “O movimento é em favor de todos que dependem da Aduana para trabalhar, de todos que investiram e agora estão frustrados pelo desempenho da Aduana”.
Guilhermo Fernandes salientou que Bernardo de Irigoyen está presente, efetivamente no movimento, pois o município também depende, diretamente, da Aduana.
Thyago Gnoatto Gonçalves destacou que a grandiosidade e envolvimento da mobilização dão a certeza de que as reivindicações serão atendidas em Brasília. “A Aduana sempre foi a nossa ‘indústria sem chaminés’, mas não funciona como deveria”.

No dia 3 de abril, das 8 horas às 18 horas, teve mobilização próximo à Balança do Pio.

Em 2010, ainda quando era a Aduna velha, chegaram a passar mais de 22.400 caminhões no ano.
De lá para cá, o movimento veio caindo. Em 2013, foi inaugurada a nova Aduana, e em 2017 passaram 13.790 caminhões, pouco mais da metade que em 2010.
O questionamento de todos é o quanto dinheiro deixou de circular na tri fronteira e região; Quantas pessoas perderam o emprego, nos mais diferentes tipos de comércio; E porque esses caminhões deixaram de passar pela Aduana de Dionísio Cerqueira.
 
Ainda para esta semana, estava agendada audiência em Brasília, na secretaria nacional da Receita Federal e também com o presidente Michel Temer.

Fonte: Luiz Carlos Gnoatto

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