Crescimento
sábado, 09 de setembro de 2017
GRUPO DE EMPRESÁRIOS ASSUME ADMINISTRAÇÃO DA FARBOM E FARÁ OS INVESTIMENTOS
Grupo investirá R$ 5 milhões em uma nova unidade, e o projeto é quadruplicar a atual produção de queijos da Farbom, além de ampliar o mix de produtos
Um importante encontro aconteceu no salão comunitário da linha São Paulo, interior de Bom Jesus do Sul, na noite de quinta-feira passada, 31 de agosto.
Na oportunidade foram anunciadas mudanças significativas para a sustentabilidade, continuidade e crescimento do Laticínios Farbom, que fica na comunidade.
Um grupo de empresários assumiu a gestão administrativa do laticínio e anunciou os investimentos para a construção de uma nova planta industrial para a Farbom.
Os empresários que assumiram o empreendimento são: Maurício Machado de Souza, de Santo Antonio do Sudoeste, Rogério Benini, de Barracão, Marcos Haefliger, de Barracão, Sidinei Bassanesi, de Bom Jesus do Sul e Paulo Cesar Cierverglini, de Bom Jesus do Sul.
O evento contou com a presença do prefeito bonjesuense, Cezar Bueno; dos cinco empresários citados; o vereador e gestor administrativo da Farbom, Hélio Surdi; o prefeito de Barracão, Marco Aurélio Zandoná; vereadores bonejesuenses, associados à Cooperativa Farbom; lideranças; empresários e pessoas da comunidade.
FARBOM
A Farbom surgiu a partir da implantação da primeira unidade da “Fábrica do Agricultor” no estado do Paraná, no ano 2000, que era um programa do então governo estadual.
A proposta da Farbom era fortalecer e integrar a cadeia produtiva do leite em Bom Jesus do Sul, incrementando a sustentabilidade das propriedades, através de uma renda mensal.
Para a instalação da fabrica de queijos da Farbom, na época chamada de “queijaria”, foi readequado e adaptado o prédio da escola municipal da linha São Paulo que, com a nucleação do ensino, estava desativada.
No início, a produção da Farbom processava 500 litros de leite ao dia, produzindo em torno de 50 quilos de queijo por dia.
Com o passar dos anos, a Farbom cresceu, ampliou significativamente a produção, o número de associados e a área de captação de leite, se tornando referência regional, comercializando queijos em todo o estado do Paraná.
A partir de 2012, a ampliação da produção e comercialização passou a ser uma necessidade para a Farbom, para se tronar viável enquanto empresa e gerar mais renda aos produtores.
Com isso, através do Programa Leite Sudoeste, e pela representatividade política do município, passou a buscar recursos para a construção de uma nova indústria.
Com a área de terra definida pelo município, os recursos para a nova planta foram anunciados pelo Governo Federal, através do BNDES, na ordem de R$ 5 milhões.
Porém, logo em seguida, diversos fatos passaram a abalar a política e a economia nacional, e a crise que se instalou fez com que, no final de 2016, a Farbom recebesse um comunicado, de que os recursos não seriam mais repassados e o projeto estava extinto.
Atualmente, a Farbom processa, em média, 23 mil litros de leite por dia, o que gera uma produção em torno de 2,3 mil quilos de queijo ao dia.
“ENCRUZILHADA”
Hélio Surdi explicou que a Farbom então se viu em uma “encruzilhada”: não tinha outra alternativa de sustentabilidade se não uma nova fábrica para ampliar a produção e a sustentabilidade.
“Para isso, ou buscávamos parceiros ou corríamos o risco de fechar. A Farbom precisa ampliar sua produção, produzir outros produtos derivados do leite, além do queijo colonial e mussarela, as duas linhas que hoje produz. Não tínhamos saída a não ser partir para esse caminho”, afirmou.
No dia 27 de janeiro passado, a coordenação da Farbom realizou uma reunião com os agricultores e explanou essa situação.
“A assembleia autorizou a coordenação a buscar parceiros para os investimentos necessários. Assim, começamos os contatos e a busca por parceiros, chegando aos cindo empresários que se dispuseram a assumir a Farbom e a realizar os investimentos”, explicou Hélio.
No dia 10 de agosto passado, em outra assembleia, os agricultores aprovaram a proposta dos empresários assumirem a gestão financeira e os investimentos.
NOVO PROJETO
Com o anúncio oficial da parceria e do novo projeto para a Farbom, de imediato iniciaram obras de readequação na atual fábrica da Farbom, para que a produção possa aumentar, da casa dos atuais 23 mil litros de leite ao dia, para 30 mil litros a 35 mil litros dia.
O projeto para a construção do novo laticínio, que já existe, será readequando e também já iniciaram todos os trâmites para sua aprovação, em todos os órgãos ambientais e de vigilância sanitária, para obter as respectivas licenças de funcionamento.
O investimento, a ser feito pelos cinco empresários, será de R$ 5 milhões, e a expectativa é que, em um período de 18 a 20 meses, a nova fábrica esteja pronta.
Para a nova unidade, a produção prevista é de processar 80 mil litros de leite por dia, o que vai gerar oito toneladas de queijo ao dia.
O projeto da nova unidade prevê ampliação, podendo chegar, no futuro, a uma média de 120 mil litros de lite processados por dia.
A proposta da nova gestão é fortalecer a bacia leiteira, investir em genética e pastagens, fortalecer as propriedades e ampliar a captação de leite.
Também será trabalhada a obtenção de certificação sanitária, para que os produtos possam ser comercializados em todo o Brasil.
PRONUNCIAMENTOS
Hélio Surdi enfatizou a segurança do novo projeto e disse que os agricultores devem estar tranquilos e seguros.
“A Farbom será conduzida por gente daqui, que está sempre aqui e é conhecida por todos, que vai comprar leite dos produtores daqui, vai processar o leite aqui, transformando em subprodutos, gerando riquezas aqui”, afirmou.
Os cinco empresários, em suas falas, destacaram que ninguém investe um valor como este em um empreendimento que não tenha perspectivas e viabilidade.
“Investimos porque acreditamos nas potencialidades de Bom Jesus do Sul, da tri fronteira e da região, e nas potencialidades de desenvolvimento e crescimento da Farbom, crescendo junto toda a cadeia produtiva, agregando valor à produção e gerando riquezas e desenvolvimento econômico e social. Vamos comprar o leite dos nossos agricultores, pagando o preço justo do trabalho de cada um. Este é o nosso compromisso com os agricultores, com Bom Jesus do Sul e com a região” enfatizaram os empresários.
Cézar Bueno fez alusão à história da Farbom, destacou a atuação de vice-prefeito e ex-prefeito do município, Paulo Deola no processo da Farbom, e disse que o momento é histórico e de festa para Bom Jesus do Sul.
“Anunciamos, de coração, nossa gratidão aos empresários, pela confiança em Bom Jesus do Sul e na região, e pela decisão de investir aqui. Os nossos agricultores podem ficar tranquilos, que o sonho do novo laticínio para a Farbom, será concretizado. Poderíamos estar, hoje, nos lamentando o cancelamento dos recursos, mas, ao contrário, estamos em um dia festivo, pela concretização dessa proposta e pela realização do sonho da nova Farbom. Quando se investe no município, se investe na qualidade de vida das pessoas”, conclui Cezar.
PRODUÇÃO
Produção no início da Farbom: 500 litros de leite ao dia – 50 quilos de queijo ao dia
Produção atual da Farbom: 23 mil litros de leite ao dia – 2.300 quilos de queijo ao dia
Produção inicial prevista no novo projeto: 80 mil litros de leite ao dia – 8 mil quilos de queijo ao dia
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